Skip to main content

Transparência Internacional repudia decisão do Tribunal Superior Eleitoral

A Transparência Internacional manifesta repúdio à decisão do Tribunal Superior Eleitoral pela improcedência da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije 194358) que pedia a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer.

A decisão do TSE é um enorme revés para a luta contra a corrupção no Brasil e no mundo, pois garante a impunidade e a permanência no poder de um presidente e um grupo político acusados de crimes graves, inclusive de obstruir o avanço da Operação Lava Jato. As investigações da Lava Jato extrapolam as fronteiras do Brasil e alcançam países na América Latina, África, Europa e Ásia. A decisão do Tribunal brasileiro traz, portanto, consequências globais e causa grande preocupação quanto à manutenção no poder de indivíduos com capacidade real de interferir nas investigações deste esquema de corrupção transnacional.

A artimanha utilizada para ignorar uma quantidade colossal de confissões e provas do financiamento corrupto da empresa Odebrecht para as eleições presidenciais no Brasil abre um precedente gravíssimo. Esta ação pode inspirar estratégias semelhantes nos diversos países em que a Odebrecht financiou, através de corrupção, a campanha de governantes que ainda estão no poder e, alguns deles, já investigados formalmente. Trata-se de um duro golpe não apenas no sistema democrático brasileiro, mas de diversos países.

“O Brasil tem chamado a atenção do mundo por seus esforços e resultados extraordinários na luta contra a corrupção, mas a decisão de ontem do Tribunal Eleitoral, ignorando provas contundentes, mostra que o País ainda tem muito que avançar para garantir o predomínio da lei a todos, independente de sua posição de poder,” comentou o presidente da Transparência Internacional, José Ugaz.

A Transparência Internacional exorta os proponentes originais da ação, o Partido da Social Democracia Brasileira e a Coligação Muda Brasil a prezarem pela coerência na defesa dos valores democráticos e recorrerem da decisão de improcedência proclamada ontem.

“Precisamos que a sociedade se una na luta contra a corrupção, que as polarizações políticas que hoje dividem o País não favoreçam grupos poderosos que tentam sabotar a luta do Brasil por justiça e pelo fim da impunidade”, ressaltou Bruno Brandão, representante da Transparência Internacional no Brasil.

A Transparência Internacional expressa, ainda, sua deferência ao trabalho do juiz Herman Benjamin, cujo voto neste julgamento representa um libelo pela causa anticorrupção no Brasil e no mundo.

Sobre a Transparência Internacional

A Transparência Internacional (TI) – www.transparency.org – é um movimento global com uma mesma visão: um mundo em que governos, setor privado, sociedade civil e o dia-a-dia das pessoas estão livres da corrupção. A TI trabalha em mais de 100 países e no âmbito internacional para fazer com que esta visão se torne realidade.

A presença global da TI permite que ela defenda iniciativas e legislações internacionais contra a corrupção e que governos e empresas efetivamente se submetam a elas. Sua rede global também significa colaboração e inovação, o que lhe dá condições privilegiadas para desenvolver e testar novas soluções anticorrupção.

Updated on 13 June to include missing paragraphs from the release disseminate in Brazil on 11 June.


For any press enquiries please contact

Bruno Brandão
Manager, Brazil
T. + 55 11 99988 2832
E: [email protected]

Lygia Conde
T: + 55 11 3817-7971
E: [email protected]

Cláudia Santos
T: + 55 11 3817-7925
E: [email protected]